Se tenho medo... Se tenho medo,
tens o punhal.
Corta então as amarras
E leva-me daqui.
Em meu lugar alimento-me de dor,
Não possuo mais asas,
Não consigo voar.
Se pertenço à noite,
és a luz.
Rasga então a escuridão
E mostra-me o sol.
Das trevas guardei estrelas nos olhos
E o frio na alma.
Permaneço imóvel,
raiz dos meus pesadelos,
sou fantasma meu.
Se sou poeta,
és meu sonho.
Mergulha então no meu delírio
Traga em tuas mãos o toque,
em teus lábios o beijo,
em teu corpo o desejo,
em teus olhos a paz.
Ilumina meu caminho com teu sorriso doce,
decerto não conheces a dor,
o vento frio da solidão
talvez não tenha te percebido.
Tenho sido tão pouco...
Os dias me engolem,
a vida me arrasta.
E, no entanto, amor meu,
Meu peito floresce em teu louvor,
Brindemos ao inesperado,
brindemos à vida !
Que em mim a alegria se faça,
para ungir teu corpo com canções.
Seja em mim teu sonho !
Meu coração tem a cor do destino,
estenda-me a tua mão,
te guiarei pelas madrugadas,
tens meus versos,
tens meu corpo,
tens meu coração.
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