sábado, fevereiro 03, 2007

Se tenho medo...
    Se tenho medo,
    tens o punhal.
    Corta então as amarras
    E leva-me daqui.
    Em meu lugar alimento-me de dor,
    Não possuo mais asas,
    Não consigo voar.
    Se pertenço à noite,
    és a luz.
    Rasga então a escuridão
    E mostra-me o sol.
    Das trevas guardei estrelas nos olhos
    E o frio na alma.
    Permaneço imóvel,
    raiz dos meus pesadelos,
    sou fantasma meu.
    Se sou poeta,
    és meu sonho.
    Mergulha então no meu delírio
    Traga em tuas mãos o toque,
    em teus lábios o beijo,
    em teu corpo o desejo,
    em teus olhos a paz.
    Ilumina meu caminho com teu sorriso doce,
    decerto não conheces a dor,
    o vento frio da solidão
    talvez não tenha te percebido.
    Tenho sido tão pouco...
    Os dias me engolem,
    a vida me arrasta.
    E, no entanto, amor meu,
    Meu peito floresce em teu louvor,
    Brindemos ao inesperado,
    brindemos à vida !
    Que em mim a alegria se faça,
    para ungir teu corpo com canções.
    Seja em mim teu sonho !
    Meu coração tem a cor do destino,
    estenda-me a tua mão,
    te guiarei pelas madrugadas,
    tens meus versos,
    tens meu corpo,
    tens meu coração.

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