Quantas vezes disfarçamos o olhar, e somos um ser diferente? Não porque queremos, não porque nos obrigam… Pergunto-me o porquê do ser humano se esconder tantas vezes por detrás de sorrisos de papel, que ao menor descuido são lavados em água.
Quantas vezes escondemos os nossos sentimentos por detrás de palavras trabalhadas, por detrás de imagens directas, por detrás de nós mesmos? Temos tanta dificuldade em expressar o estado da alma para com o semelhante, quando tudo pode ser tão simples… preferimos falar para um pedaço de papel, quando podíamos renovar laços e torna-los mais fortes.
Esquecemos tanta vez de que as amizades são para ser cultivadas, regadas e tiradas as ervas daninhas. Esquecemos que o trabalho não pode ser apenas dos outros, que somos nós que temos de ajudar a amizade a brotar. Tantas vezes fechamo-nos na nossa concha, onde ninguém pode penetrar, onde apenas os nossos problemas entram para encontrarem, talvez, paz. Acabamos por deixar lá fora quem realmente nos podia trazer um pouco de paz, carinho, luz.
Passamos a vida a tentar carregar um barco as costas, e no final, apenas o vemos partir sem nós. Ficamos sós.
domingo, agosto 20, 2006
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